Pesquisas recentes revelaram que os astrócitos, células gliais em forma de estrela no cérebro, desempenham um papel mais dinâmico e complexo na função cerebral do que se entendia anteriormente. Contrariamente à crença de longa data de que os astrócitos apoiam principalmente os neurônios, novas evidências indicam que eles modulam ativamente a atividade cerebral em tempo real. Esta descoberta, destacada em um estudo de maio de 2025, abre novos caminhos para a compreensão da cognição e o desenvolvimento de tratamentos para distúrbios neurológicos, como as doenças de Alzheimer e Parkinson.
Os astrócitos usam receptores acoplados à proteína G (GPCRs) para responder aos neurotransmissores, permitindo-lhes filtrar e priorizar as entradas de milhares de sinapses. A interrupção deste mecanismo de gating em estudos com moscas-das-frutas levou a deficiências comportamentais, sublinhando a importância dos astrócitos nos ajustes rápidos do cérebro. Estes achados, replicados em roedores, sugerem que esta é uma característica evolutivamente conservada, provavelmente presente em outros mamíferos, incluindo os humanos.
Pesquisadores, incluindo Kevin Guttenplan e Marc Freeman da Oregon Health & Science University (OHSU), enfatizam que os astrócitos controlam ativamente a atividade neuronal, influenciando a atenção, a ansiedade e o humor. Esta compreensão matizada da função dos astrócitos pode revolucionar as estratégias terapêuticas para várias doenças cerebrais, marcando uma mudança significativa na forma como percebemos a intrincada interação entre as células cerebrais.