Em julho de 2025, o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, expressou críticas à decisão do Federal Reserve (Fed) de manter as taxas de juros inalteradas, apesar dos recordes históricos alcançados pelos índices S&P 500 e Nasdaq Composite. Essa postura reflete uma crescente tensão entre a Casa Branca e o Fed, com o Presidente Donald Trump manifestando insatisfação com as políticas do Presidente do Fed, Jerome Powell.
A crítica do Tesouro destaca uma preocupação com o impacto das políticas do Fed na economia em geral. Bessent questionou a relutância do Fed em ajustar as taxas, citando uma inflação mínima. Essa divergência de opiniões levanta questões sobre a coordenação entre a política fiscal e monetária, elementos cruciais para a estabilidade econômica.
Historicamente, o Tesouro e o Fed têm trabalhado em conjunto, com o Fed direcionando a política monetária e o Tesouro gerenciando a emissão de dívida governamental. No entanto, a administração Trump parece estar buscando influenciar os custos de empréstimos de longo prazo por meio de políticas fiscais, como desregulamentação e cortes de impostos. Essa abordagem não é isenta de desafios. Analistas sugerem que, historicamente, uma administração só pode influenciar os rendimentos indiretamente por meio da política fiscal. Além disso, a autonomia do Fed é vista como um elemento crucial para a estabilidade do mercado global e o poder financeiro dos EUA.
As críticas do Tesouro também ocorrem em um momento em que o Fed está avaliando um projeto de renovação de sua sede em Washington, no valor de US$ 2,5 bilhões, que excedeu o orçamento, levantando preocupações sobre possíveis fraudes. O mercado está atento a esses desdobramentos. A independência do Fed é fundamental para manter a confiança dos investidores e evitar a politização das decisões econômicas. A busca da Casa Branca por um sucessor para Powell, com Bessent sendo considerado para o cargo, adiciona uma camada extra de incerteza. A história mostra que tentativas de influenciar o Fed podem ter consequências negativas, como demonstrado em 1979, quando o então Secretário do Tesouro, Donald Regan, criticou a política do Fed, gerando instabilidade no mercado.
Em resumo, a crítica do Tesouro à postura do Fed sobre as taxas de juros reflete uma complexa interação entre política fiscal e monetária. A busca por influenciar os custos de empréstimos de longo prazo por meio de políticas fiscais representa uma mudança em relação à coordenação tradicional e levanta questões sobre a independência do Fed e a estabilidade econômica.