A recente decisão da administração Trump de conceder ao ICE (Immigration and Customs Enforcement) acesso aos dados pessoais de aproximadamente 79 milhões de inscritos no Medicaid levanta preocupações significativas sobre privacidade e impactos econômicos. Essa medida visa identificar indivíduos que residem nos Estados Unidos sem autorização legal, mas pode ter repercussões financeiras tanto para os imigrantes quanto para os estados.
Do ponto de vista econômico, o acesso do ICE aos dados do Medicaid pode criar um clima de receio entre as comunidades imigrantes, levando a uma menor utilização de serviços de saúde, mesmo quando necessários. Isso pode resultar em problemas de saúde não tratados, o que, a longo prazo, pode aumentar os custos de saúde para os indivíduos e para o sistema como um todo. Além disso, a apreensão e deportação de indivíduos podem levar à perda de força de trabalho e à redução da receita tributária para os estados. Os custos associados à deportação também são consideráveis, envolvendo despesas com detenção, procedimentos legais e transporte. Quando um grande número de indivíduos é deportado, o impacto econômico pode ser significativo, especialmente para os estados com grandes populações imigrantes.
De acordo com a Associated Press, o acordo entre o CMS (Centers for Medicare and Medicaid Services) e o DHS (Department of Homeland Security) permite que o ICE acesse os dados de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, até 9 de setembro de 2025. No entanto, eles não têm permissão para baixar as informações. Além disso, os estados que processam dados de cidadãos não americanos no Medicaid, como Califórnia, Illinois, Washington e Washington D.C., podem enfrentar desafios financeiros adicionais. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, expressou preocupação sobre como os funcionários da deportação podem utilizar os dados. A medida também pode prejudicar as esperanças de imigrantes que buscam green cards, residência permanente ou cidadania se eles já obtiveram benefícios do Medicaid financiados pelo governo federal. O impacto econômico dessa política não se limita apenas aos imigrantes. Os estados que processam dados de cidadãos não americanos no Medicaid podem enfrentar desafios financeiros adicionais. Vinte estados já entraram com ações judiciais contra o governo federal, citando violações das leis de privacidade. Em última análise, o acesso do ICE aos dados do Medicaid pode criar um fardo financeiro para os imigrantes e para os estados, com consequências econômicas de longo alcance.