A organização de direitos humanos Cristosal anunciou a suspensão de suas atividades em El Salvador e a realocação de sua equipe para fora do país, citando um aumento na repressão governamental contra vozes dissidentes. Fundada em 2000, a Cristosal tem sido uma das principais defensoras dos direitos humanos no país, documentando abusos e promovendo a justiça social.
A decisão ocorreu após a prisão de Ruth López, advogada e chefe da Unidade Anticorrupção da Cristosal, em maio de 2025, sob acusações de enriquecimento ilícito. López tem sido uma figura central na investigação de casos de corrupção governamental e na defesa de vítimas de abusos. Sua detenção foi amplamente criticada por organizações internacionais, que a consideram uma tentativa de silenciar a oposição e enfraquecer a sociedade civil.
Além disso, a aprovação de uma lei que exige que organizações não governamentais que recebem financiamento estrangeiro se registrem junto ao governo e paguem impostos adicionais tem sido vista como uma medida para restringir a atuação de grupos críticos ao governo. A Cristosal, que anteriormente recebia apoio financeiro significativo de agências internacionais, viu sua capacidade de operar no país reduzida devido a cortes de financiamento e a um ambiente político cada vez mais hostil.
Com a saída da Cristosal, a capacidade de monitorar e denunciar violações de direitos humanos em El Salvador diminui, levantando preocupações sobre o futuro da liberdade de expressão e da sociedade civil no país. A comunidade internacional tem expressado apreensão sobre o fechamento de espaços para a atuação de organizações de direitos humanos e a crescente repressão a vozes dissidentes.
A Cristosal afirmou que continuará seu trabalho em outros países da região, mantendo o compromisso com a defesa dos direitos humanos e da justiça social, apesar dos desafios impostos pelo atual clima político em El Salvador.