Pesquisadores da Universidade de Harvard demonstraram a viabilidade de cultivar algas verdes em habitats bioplásticos projetados para simular as condições atmosféricas de Marte. Este avanço representa um passo significativo na criação de habitats autossustentáveis no espaço, utilizando materiais biológicos que podem se regenerar e sustentar a vida sem a necessidade de recursos provenientes da Terra.
Em experimentos realizados em laboratório, a equipe cultivou a alga verde Dunaliella tertiolecta dentro de câmaras impressas em 3D feitas de ácido polilático, um bioplástico que bloqueia a radiação ultravioleta enquanto permite a passagem de luz suficiente para a fotossíntese. As condições simuladas incluíram uma pressão atmosférica de 600 Pascais, mais de 100 vezes inferior à da Terra, e um ambiente rico em dióxido de carbono, semelhante ao de Marte.
Esses resultados sugerem que bioplásticos podem desempenhar um papel crucial na construção de sistemas de suporte à vida em ambientes inóspitos, oferecendo uma alternativa aos materiais industriais tradicionais, que são caros e difíceis de reciclar no espaço. A pesquisa foi publicada na revista Science Advances.
O próximo passo da equipe é testar esses habitats em condições de vácuo, relevantes para missões lunares ou de exploração profunda do espaço, e desenvolver um sistema de ciclo fechado para a produção de habitats. Essa abordagem pode não apenas facilitar a colonização de Marte, mas também trazer benefícios para tecnologias sustentáveis na Terra.