Em uma descoberta inovadora, astrônomos identificaram o cianocoroneno, o maior hidrocarboneto aromático policíclico (HAP) já detectado no espaço interestelar. Esta molécula complexa, composta por sete anéis de benzeno interconectados e um grupo ciano, foi encontrada na fria nuvem molecular TMC-1, localizada a aproximadamente 430 anos-luz da Terra.
A descoberta desafia as suposições anteriores sobre as limitações de tamanho dos HAPs no espaço. Os cientistas acreditavam anteriormente que moléculas maiores seriam raras demais ou instáveis demais para existir nas condições adversas do espaço interestelar. O processo de identificação envolveu a síntese de cianocoroneno em laboratório e o uso de técnicas espectroscópicas avançadas para medir seu espectro de micro-ondas único.
Os pesquisadores então utilizaram o Green Bank Telescope (GBT) para procurar a molécula em dados do projeto GOTHAM. Os receptores sensíveis do GBT detectaram linhas espectrais distintas correspondentes às do cianocoroneno, confirmando sua presença com alta significância estatística. Esta descoberta sugere que moléculas orgânicas complexas podem ser mais comuns no cosmos do que se pensava anteriormente.
A descoberta do cianocoroneno tem implicações significativas para nossa compreensão das origens da química orgânica complexa no universo. Acredita-se que os HAPs desempenhem um papel fundamental na química que leva à formação de estrelas e planetas. A presença de HAPs tão grandes em TMC-1 sugere que os blocos construtores da vida podem estar presentes mesmo antes do nascimento das estrelas.
Esta pesquisa, apresentada na reunião da American Astronomical Society e publicada em The Astrophysical Journal Letters, destaca o papel vital do GBT na busca por moléculas orgânicas complexas. Ela fornece informações valiosas sobre os processos químicos que podem levar à formação de estrelas, planetas e, potencialmente, da própria vida.