MUSAC: Reflexões Éticas nas Exposições de Studio Drift e Secundino Hernández

As exposições de Studio Drift e Secundino Hernández no MUSAC, que decorrem até 19 de outubro de 2025, oferecem um rico campo para reflexões éticas sobre a arte contemporânea e seu impacto na sociedade. A obra de Studio Drift, com suas instalações cinéticas, levanta questões sobre a relação entre tecnologia, natureza e a responsabilidade humana na era digital. As esculturas cinéticas 'Amplitud' e 'Pradera' convidam o público a ponderar sobre a beleza e a fragilidade dos processos naturais, bem como o papel da inovação tecnológica em replicar e interagir com esses processos. Lonneke Gordijn, cofundadora do Studio Drift, destacou que todas as obras do coletivo têm origem na fascinação pelo movimento na natureza e pelos fenômenos ocultos, o que pode ser interpretado como um chamado à atenção para a necessidade de preservar o meio ambiente e promover um desenvolvimento sustentável. Por outro lado, a exposição 'Estación Total' de Secundino Hernández, com suas pinturas abstratas, suscita debates éticos sobre a autenticidade, a originalidade e o valor da arte em um mundo saturado de imagens e informações. A abstração de Hernández desafia as convenções estéticas e convida o espectador a questionar os limites da representação e da expressão artística. A exposição reúne mais de 35 obras, incluindo dez inéditas, que exploram a abstração através de processos de repetição, desgaste e experimentação material, conforme relatado pela exibart.es. Além disso, a própria existência do MUSAC como um espaço dedicado à arte contemporânea levanta questões éticas sobre o papel das instituições culturais na promoção da diversidade, da inclusão e do acesso à cultura. O museu, que celebra seu 20º aniversário, tem como missão fomentar o diálogo intercultural e promover a reflexão crítica sobre os desafios do nosso tempo. O MUSAC acolhe a primeira exposição na Espanha de Studio DRIFT e uma mostra do pintor Secundino Hernández, demonstrando seu compromisso com a inovação e a promoção de artistas contemporâneos. A colaboração entre arte, ciência e tecnologia, como demonstrado pelo Studio Drift, também levanta questões éticas sobre os limites da intervenção humana na natureza e a necessidade de garantir que as inovações tecnológicas sejam utilizadas de forma responsável e ética. A Lux Magazine destaca a abordagem de Hernández em relação à pintura, onde ele busca entender o mundo através da arte, vendo Veneza com diferentes olhos e capturando suas cores e texturas de maneira única. Em suma, as exposições no MUSAC oferecem um rico terreno para reflexões éticas sobre a arte contemporânea, a tecnologia, a natureza e o papel das instituições culturais na promoção de um futuro mais justo e sustentável. A arte, nesses contextos, não é apenas uma forma de expressão estética, mas também um poderoso instrumento de transformação social e de conscientização ética.