"Esta descoberta não só desafia as concepções anteriores sobre as limitações da engenharia de proteínas, mas também anuncia um futuro onde a função biológica pode ser personalizada com precisão semelhante à programação de software", diz a professora Tanja Kortemme. Pesquisadores da Universidade da Califórnia, São Francisco (UCSF) alcançaram um marco transformador ao projetar proteínas com mudança de forma. Esta inovação promete remodelar a medicina, a agricultura e a ciência ambiental.
Publicado na Science, o estudo da UCSF detalha o projeto de proteínas sintéticas capazes de mudanças de forma reversíveis, imitando proteínas naturais. A equipe, liderada pela professora Kortemme, aproveitou a inteligência artificial, particularmente o programa AlphaFold2, para prever estruturas de dobramento de proteínas com precisão sem precedentes. Isso permitiu que eles projetassem um módulo de proteína que pode "oscilar" e se ligar a íons de cálcio, induzindo mudanças conformacionais.
As proteínas projetadas têm um vasto potencial. Na medicina, elas poderiam levar a uma nova geração de biossensores que respondem a biomarcadores de doenças, acionando sinais de alerta precoce ou terapias direcionadas. Na agricultura, essas proteínas poderiam aumentar a resiliência das plantas a estresses ambientais, melhorando o rendimento das culturas. Além disso, elas poderiam ser usadas em aplicações ambientais para degradar poluentes ou inspirar materiais de autorreparação.