Em um desenvolvimento inovador, pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) criaram um novo método para integrar organismos vivos em materiais. Essa abordagem inovadora, anunciada recentemente, permite a criação de Materiais Vivos Engenharia (ELMs) que podem se autocurar, se adaptar ao ambiente e até mesmo aproveitar a energia solar.
O estudo, publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências, detalha um método baseado em difusão usando cianobactérias, microrganismos fotossintéticos, para infiltrar e transformar polímeros pré-formados. Isso permite a criação de materiais que podem mudar de forma e responder a mudanças ambientais, tudo isso sendo alimentado pela luz solar.
As implicações dessa descoberta são vastas, abrangendo design sustentável em várias indústrias. O trabalho da equipe da UCSD abre a porta para o uso de uma variedade maior de polímeros, até mesmo aqueles com precursores agressivos, para abrigar organismos vivos e funcionais. Esses materiais podem revolucionar a construção verde, a medicina regenerativa e a moda zero desperdício.
A equipe de pesquisa, liderada pelas professoras Jinhye Bae e Susan Golden, imagina materiais multifuncionais e multissensoriais que se comportam mais como tecidos biológicos. As cianobactérias podem ser programadas para realizar tarefas específicas, como decompor poluentes ou produzir biocombustíveis. Isso pode levar a fachadas autocurativas, andaimes bioativos e outras soluções sustentáveis.
"Ao integrar organismos fotossintéticos na ciência dos materiais, podemos aproveitar a energia renovável do sol para criar materiais valiosos," disse a professora Bae. Esse método pode se tornar uma pedra angular no design pós-petróleo, abrindo caminho para sistemas verdadeiramente circulares e regenerativos. O futuro da ciência dos materiais pode muito bem estar vivo.