A recente demonstração de um sistema de impressão 3D capaz de utilizar solo lunar (regolito) para construir estruturas diretamente na Lua representa um marco significativo na exploração espacial. Este avanço, liderado por cientistas chineses no Laboratório de Exploração do Espaço Profundo em Hefei, província de Anhui, não só valida a viabilidade da utilização de recursos in-situ (ISRU), mas também abre novas avenidas para a inovação tecnológica no domínio da construção espacial. Uma das inovações mais notáveis deste sistema é a utilização de um concentrador refletivo de alta precisão e transmissão de energia por fibra ótica flexível para fundir o regolito lunar em estruturas sólidas. Este processo elimina a necessidade de transportar materiais de construção da Terra, reduzindo drasticamente os custos e a complexidade das missões lunares. De acordo com o engenheiro sênior Yang Honglun, o sistema é capaz de criar uma variedade de formas, incluindo tijolos e componentes personalizados para instalações mais complexas. Além disso, o protótipo demonstrou a capacidade de fabricar estradas, plataformas e edifícios utilizando apenas materiais locais. Este aspeto é crucial para o estabelecimento de bases lunares sustentáveis e para a exploração de longo prazo do nosso satélite natural. A tecnologia também suporta a colheita de energia lunar e a extração de recursos, abrindo caminho para futuras infraestruturas energéticas na Lua. A China tem demonstrado um forte compromisso com a inovação na exploração espacial, investindo em tecnologias que permitam a utilização de recursos lunares. Em abril de 2025, o laboratório revelou um protótipo de uma "máquina de fazer tijolos de solo lunar" que utiliza energia solar concentrada para moldar o regolito em tijolos sem a necessidade de água ou aglomerantes. O sistema utiliza um espelho parabólico para concentrar a luz solar, criando uma concentração de energia 3.000 vezes mais forte na ponta, atingindo temperaturas de 1.400 a 1.500°C. Este método de construção a seco e eficiente em termos energéticos demonstra o potencial da utilização de recursos lunares para a construção de infraestruturas. A China planeia iniciar a construção de uma base lunar utilizando solo lunar nos próximos cinco anos. A missão Chang'e 8, prevista para 2028, lançará um robô encarregado de fazer "tijolos de solo lunar". Este esforço faz parte de um plano de longo prazo para construir uma estação de investigação na Lua a partir de 2030. O desenvolvimento destas tecnologias inovadoras não está isento de desafios. A construção na Lua exige a superação de condições ambientais extremas, como a radiação cósmica, as flutuações de temperatura e a falta de atmosfera protetora. No entanto, os avanços alcançados até agora demonstram o potencial da inovação para transformar a exploração espacial e abrir novas fronteiras para a presença humana na Lua.
Impressão 3D Lunar: Uma Nova Era de Inovação e Desafios Tecnológicos
Editado por: Vera Mo
Fontes
3D Printing Industry
China's lunar 3D printing breakthrough paves way for moon 'houses' built from soil sourced on-site
Chinese Researchers Develop “Lunar Bricks” for Future Lunar Base Construction
How China plans to make bricks on the moon for lunar habitats
China tests building Moon base with lunar soil bricks
China's lunar 3D printing breakthrough paves way for moon 'houses' built from soil sourced on-site
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