Pesquisadores da Universidade de Columbia e da Universidade de Washington desenvolveram robôs modulares capazes de se auto-montar, crescer e se adaptar ao ambiente, utilizando materiais disponíveis ao redor ou componentes de outros robôs. Esse processo, denominado "metabolismo robótico", permite que as máquinas evoluam ao longo do tempo, aproximando-se das capacidades de organismos vivos.
O estudo, publicado na revista *Science Advances* em novembro de 2024, introduz um sistema baseado em um componente robótico modular chamado "Truss Link". Cada "Truss Link" é uma unidade em forma de barra com conectores magnéticos que podem se expandir, contrair e se juntar a outros módulos. Essas unidades, por si só, são simples, mas, quando combinadas, podem se auto-montar para formar robôs complexos e funcionais.
Em experimentos, os pesquisadores demonstraram como "Truss Links" formaram estruturas planas que se transformaram em robôs tridimensionais. Esses robôs podiam adicionar novas peças, coletadas do ambiente ou retiradas de outros robôs, para melhorar suas habilidades. Por exemplo, um robô em forma de tetraedro adicionou uma peça extra que atuou como uma bengala, aumentando sua velocidade de descida em mais de 66,5%.
Philippe Martin Wyder, principal autor do estudo e cientista da Columbia Engineering e da Universidade de Washington, explicou: "A verdadeira autonomia significa que os robôs não devem apenas pensar por si mesmos, mas também se manter fisicamente." Este avanço aproxima a ficção científica da realidade, permitindo que os robôs evoluam e se adaptem de forma semelhante aos organismos vivos.
Hod Lipson, coautor do estudo e diretor do Creative Machines Lab da Columbia, acrescentou: "Os corpos biológicos são baseados na adaptação: as formas de vida podem crescer, curar e se adaptar. Em grande parte, essa capacidade se deve à natureza modular da biologia, que permite que os módulos sejam usados e reutilizados de outras formas de vida." Este conceito de "metabolismo robótico" abre novas possibilidades para a criação de ecossistemas robóticos auto-sustentáveis, onde as máquinas podem se auto-reparar e evoluir sem intervenção humana.
Este estudo representa um passo significativo em direção à criação de robôs verdadeiramente autônomos e auto-suficientes, capazes de se adaptar e evoluir de acordo com suas necessidades e o ambiente que os cerca. No futuro, essa tecnologia pode transformar a forma como as empresas abordam a automação e a sustentabilidade.