O retorno de 19 peças de cerâmica pré-colombiana ao Ministério da Cultura do Panamá em 14 de julho de 2025 levanta importantes questões éticas sobre a propriedade do patrimônio cultural e a responsabilidade de preservar artefatos históricos. As peças, incluindo dois vasos originais datados entre 1000 e 1500 a.C. da região de Gran Coclé, trazem à tona debates sobre a exploração de sítios arqueológicos e o comércio ilícito de bens culturais. A Convenção da UNESCO de 1970 sobre os Meios de Proibir e Prevenir a Importação, Exportação e Transferência de Propriedade Ilícita de Bens Culturais marcou o fim do comércio não licenciado, e negociantes respeitáveis hoje não lidam com objetos sem documentação completa fora do país de origem antes de 1970. No entanto, o mercado de artefatos pré-colombianos continua a enfrentar desafios éticos, com países latino-americanos como México, Colômbia, Guatemala, Honduras e Peru a denunciarem o comércio de bens culturais. O governo mexicano tem contestado várias vendas na Europa e nos Estados Unidos ao abrigo de uma lei de 1934 que proíbe a exportação de objetos mexicanos de importância arqueológica. O retorno destas peças de cerâmica sublinha a necessidade de práticas éticas na arqueologia e no comércio de arte. A pilhagem de túmulos e a erudição cresceram em paralelo, à medida que as principais coleções de museus de artefactos pré-colombianos foram estabelecidas na Europa e na América do Norte, bem como na América Latina. A repatriação destes artefactos é um passo na direção certa, mas levanta questões sobre o que acontece com os milhares de artefactos que permanecem em coleções privadas e museus em todo o mundo. Qual é a responsabilidade ética destas instituições e indivíduos de devolverem artefactos que foram obtidos através de meios questionáveis? A apreensão e repatriação de artefactos culturais como estes é motivo de celebração, mas o objetivo a longo prazo é reduzir o incentivo para a destruição de túmulos e templos antigos, onde muitos destes objetos são desenterrados ou retirados. Além disso, a autenticidade dos artefatos é uma preocupação ética. Argillet usa a termoluminescência para datar seus objetos, afirmando que 'Um artefato sem certificação de proveniência e autenticação científica não tem absolutamente nenhum valor'. Isto levanta questões sobre o custo e a acessibilidade da autenticação científica para países com recursos limitados. O retorno de cerâmica pré-colombiana ao Panamá é um passo positivo, mas é apenas uma peça do quebra-cabeça. Para realmente honrar o significado cultural destes artefactos, é preciso abordar as questões éticas que envolvem a sua aquisição, propriedade e autenticação.
Implicações Éticas do Retorno de Cerâmica Pré-Colombiana ao Panamá
Editado por: Ирина iryna_blgka blgka
Fontes
La Estrella de Panamá
La Estrella de Panamá
Wikipedia
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