Uma pesquisa publicada na *Nature Communications* em 2021 sugere que a vida útil máxima humana pode ser limitada entre 120 e 150 anos. Esse limite não se deve a doenças específicas, mas sim à diminuição da capacidade do corpo de se recuperar de estresses, lesões ou desgaste físico à medida que envelhecemos.
O estudo, que usou inteligência artificial para analisar dados médicos de mais de meio milhão de pessoas, mediu a "idade biológica" e avaliou a resiliência do corpo ao longo do tempo. Os pesquisadores descobriram que, à medida que os indivíduos envelhecem, os sistemas de reparo celular, incluindo a regeneração de tecidos e o reparo do DNA, tornam-se menos eficazes. Esse declínio na resiliência - a capacidade do corpo de se recuperar de eventos adversos - eventualmente leva a um ponto em que o corpo não consegue mais se recuperar, limitando a vida útil.
O estudo analisou amostras de sangue e contagens diárias de passos, descobrindo que o tempo de recuperação de estressores aumentava com a idade. Uma pessoa saudável de 40 anos pode se recuperar em duas semanas, enquanto uma pessoa de 80 anos pode levar seis semanas. Extrapolando essa tendência, os pesquisadores preveem uma perda completa de resiliência entre 120 e 150 anos.
É importante notar que essa faixa etária representa um limite biológico *potencial*, não uma expectativa de vida média. Os números são baseados no estudo de uma grande população, e a pessoa mais velha registrada, Jeanne Calment, viveu até os 122 anos e 164 dias.
Embora esta pesquisa sugira um limite natural para a vida útil humana, os especialistas acreditam que estender a vida, e mais importante, a vida útil saudável, pode ser possível, visando as causas do envelhecimento, como danos celulares e disfunção mitocondrial. Avanços futuros na medicina, incluindo terapias genéticas e prevenção de doenças orientada por IA, podem desempenhar um papel no avanço dessas fronteiras.