Um novo estudo desafia os modelos anteriores de comportamento de enxames de gafanhotos, sugerindo que os gafanhotos tomam decisões cognitivas com base em sua percepção do movimento próximo, em vez de simplesmente se alinharem com os vizinhos como partículas de gás.
Pesquisadores de universidades alemãs e norte-americanas estudaram enxames de gafanhotos no Quênia, observando que a visão desempenha um papel fundamental em como os gafanhotos se movem dentro de um enxame. Os gafanhotos que não conseguiam ver claramente perdiam o senso de direção, enquanto aqueles com visão intacta se moviam com o enxame, mesmo sem contato físico.
Usando experimentos de realidade virtual, os cientistas descobriram que a coerência do movimento, em vez do congestionamento, controlava o alinhamento dos gafanhotos. Isso levou a um novo modelo matemático baseado em uma rede de atrator de anel neural, tratando os gafanhotos como entidades tomadoras de decisão.
As descobertas marcam uma grande mudança na forma como os cientistas entendem o comportamento dos gafanhotos e sua capacidade de fazer previsões relacionadas a enxames. À medida que as mudanças climáticas continuam a alterar os padrões de reprodução dos gafanhotos, essa compreensão refinada pode ser a chave para proteger as colheitas e os meios de subsistência.
As mudanças climáticas pioraram os surtos de gafanhotos, aumentando as chuvas nas regiões desérticas, criando condições ideais de reprodução. Os pesquisadores enfatizam a necessidade de mais pesquisas, envolvendo cientistas climáticos e especialistas em vegetação, para fazer previsões cada vez mais precisas sobre os enxames de gafanhotos.