Estudos recentes indicam que o treinamento musical pode desempenhar um papel significativo na manutenção da saúde cognitiva em adultos mais velhos. Pesquisas publicadas na revista 'PLOS Biology' sugerem que a prática musical contínua está associada a padrões de conectividade cerebral mais eficientes e melhor desempenho em tarefas de percepção auditiva em ambientes ruidosos, em comparação com indivíduos que não praticam música. Esses achados apoiam a ideia de que o treinamento musical contribui para a reserva cognitiva, preservando redes cerebrais e reduzindo a necessidade de mecanismos compensatórios relacionados à idade.
Além disso, uma pesquisa conduzida pela Universidade de Genebra revelou que a prática e a escuta ativa de música podem alterar o declínio cognitivo em idosos saudáveis, estimulando a produção de matéria cinzenta. O estudo acompanhou mais de 100 aposentados que nunca haviam praticado música antes, os quais participaram de treinamentos de piano e conscientização musical por seis meses. Os resultados mostraram um aumento na matéria cinzenta em regiões cerebrais envolvidas em funções cognitivas avançadas, incluindo áreas do cerebelo relacionadas à memória de trabalho.
Esses estudos ressaltam a importância de considerar o treinamento musical como uma atividade benéfica para a manutenção da saúde cognitiva e o potencial retardamento do início do declínio cognitivo relacionado à idade. No entanto, é essencial abordar o treinamento musical com uma perspectiva ética, garantindo que seja acessível a todos, independentemente do status socioeconômico, e que seu valor intrínseco como forma de arte e expressão cultural seja preservado.