As negociações sobre o programa nuclear do Irã têm sido um ponto focal de discussões internacionais nos últimos meses. Em julho de 2025, a situação evoluiu significativamente, com diversas declarações e ações de diferentes países e organizações.
Em 16 de julho de 2025, o parlamento iraniano anunciou que as negociações nucleares com os Estados Unidos não deveriam ser retomadas até que certas condições fossem atendidas. A declaração, veiculada pela mídia estatal iraniana, destacou preocupações de que os EUA utilizam as negociações para enganar o Irã e encobrir ações militares de Israel. Embora as condições específicas não tenham sido esclarecidas, o Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, anteriormente insistiu em garantias contra futuros ataques. Essa postura segue ataques militares israelenses e norte-americanos às instalações nucleares iranianas, que ambos os países alegam serem parte de um programa de desenvolvimento de armas nucleares — uma alegação que Teerã nega, mantendo que seu programa nuclear é de natureza civil. Antes dos ataques, Irã e EUA haviam realizado cinco rodadas de negociações indiretas mediadas por Omã, que chegaram a um impasse sobre o enriquecimento de urânio. Araqchi reafirmou que o Irã não aceitaria nenhum acordo que limitasse suas atividades de enriquecimento e não discutiria questões além do nuclear, incluindo seu programa de mísseis. Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, expressou não ter pressa em renovar as negociações, citando a destruição das instalações nucleares do Irã. França, Reino Unido e Alemanha indicaram que ativariam o mecanismo de "snapback" das sanções da ONU até o final de agosto, caso não haja progresso, potencialmente reinstaurando as penalidades internacionais ao Irã.
Em 17 de julho de 2025, França, Reino Unido e Alemanha, coletivamente conhecidos como E3, emitiram um forte aviso ao Irã, exigindo a imediata retomada da diplomacia nuclear. Juntamente com o chefe de política externa da UE, falaram com o Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, pela primeira vez desde que ataques aéreos israelenses e norte-americanos atingiram as instalações nucleares do Irã em meados de junho. As nações europeias enfatizaram que, sem passos concretos em direção a um acordo nuclear verificável e duradouro até o final do verão, ativariam o mecanismo de "snapback" para reinstaurar as sanções da ONU ao Irã. Esse ultimato ocorre antes da expiração de uma resolução-chave do Conselho de Segurança da ONU em 18 de outubro, que permitiria a reimposição de sanções em cerca de 30 dias, caso o Irã seja encontrado em violação do acordo nuclear de 2015.
Em 15 de julho de 2025, os Estados Unidos, juntamente com França, Alemanha e Reino Unido, estabeleceram um prazo firme até o final de agosto de 2025 para que o Irã alcançasse um novo acordo nuclear. Essa decisão surgiu de uma ligação telefônica envolvendo o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e os ministros das Relações Exteriores europeus. Se o Irã não cumprir, as três potências europeias iniciarão o mecanismo de "snapback", que reinstauraria automaticamente todas as sanções do Conselho de Segurança da ONU anteriormente levantadas sob o acordo nuclear de 2015. Esse mecanismo, destinado a lidar com violações iranianas, está programado para expirar em outubro. As nações participantes pretendem usar as iminentes sanções como alavanca, sinalizando ao Irã que pode evitar repercussões demonstrando transparência e cooperação em suas atividades nucleares. Esforços para retomar a diplomacia nuclear seguem a recente conclusão do conflito entre Israel e Irã, com a administração Trump apoiando o plano de "snapback" como uma ferramenta para trazer o Irã de volta à mesa de negociações.
Esses desenvolvimentos indicam uma intensificação das pressões diplomáticas sobre o Irã para retomar as negociações nucleares e alcançar um acordo que atenda às preocupações internacionais sobre a proliferação nuclear. A situação continua a evoluir, com as partes envolvidas buscando uma solução que equilibre as necessidades de segurança regional com os direitos e interesses do Irã.