Pesquisadores de Harvard Desenvolvem Método Químico para Reverter o Envelhecimento Celular

Editado por: Liliya Shabalina

Pesquisadores da Universidade de Harvard, em colaboração com o MIT e a Universidade de Maine, publicaram um estudo inovador na revista Aging, apresentando uma abordagem química para reverter o envelhecimento celular. Essa pesquisa constrói-se sobre descobertas anteriores que demonstraram a possibilidade de reverter o envelhecimento celular por meio da expressão de genes específicos, conhecidos como fatores de Yamanaka, que podem transformar células adultas em células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs). No entanto, essa técnica anterior envolvia terapia genética, o que limitava sua aplicação.

No estudo mais recente, a equipe desenvolveu ensaios celulares avançados para identificar combinações de moléculas capazes de restaurar o perfil genético das células a um estado mais jovem. Eles identificaram seis combinações químicas que, em menos de uma semana, conseguiram reverter a idade transcriptômica das células sem comprometer sua identidade celular. Esses resultados foram observados em células humanas cultivadas em laboratório.

Anteriormente, a equipe de Harvard demonstrou que era possível reverter o envelhecimento celular sem induzir crescimento celular descontrolado, utilizando a introdução de genes específicos por meio de vetores virais. Estudos em diversos tecidos e órgãos, como nervo óptico, cérebro, rins e músculos, mostraram resultados promissores, incluindo melhora na visão e aumento da longevidade em camundongos. Além disso, houve relatos recentes de melhora na visão em primatas não humanos.

Essas descobertas têm implicações significativas, abrindo caminho para a medicina regenerativa e, potencialmente, para o rejuvenescimento corporal completo. Ao estabelecer uma alternativa química à terapia genética para a reversão do envelhecimento, essa pesquisa pode transformar o tratamento do envelhecimento, lesões e doenças relacionadas à idade, além de sugerir a possibilidade de custos de desenvolvimento mais baixos e prazos mais curtos. Após resultados positivos na reversão da cegueira em primatas não humanos em abril de 2023, estão em andamento preparações para ensaios clínicos em humanos utilizando a terapia genética de reversão do envelhecimento do laboratório.

David A. Sinclair, professor do Departamento de Genética e co-diretor do Paul F. Glenn Center for Biology of Aging Research na Harvard Medical School, e líder do projeto, afirmou: "Até recentemente, nossos melhores esforços estavam focados em retardar o processo de envelhecimento. No entanto, novas descobertas indicam que agora podemos revertê-lo. Esse processo anteriormente exigia terapia genética, limitando sua aplicação generalizada." A equipe de Harvard visualiza um futuro onde doenças relacionadas à idade possam ser tratadas de forma eficaz, lesões possam ser reparadas mais eficientemente e o sonho do rejuvenescimento corporal completo se torne realidade. Sinclair enfatizou: "Essa nova descoberta oferece o potencial de reverter o envelhecimento com uma única pílula, com aplicações que vão desde a melhoria da visão até o tratamento eficaz de inúmeras doenças relacionadas à idade."

Fontes

  • LA TERCERA

  • Infobae

  • LA NACION

  • ADN Radio

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